Atacante foi forçado a sair na estreia francesa no torneio e agora a seleção precisa que outros supram sua ausência
Isso certamente estava muito longe do que Kylian Mbappé imaginava para seu retorno à Eurocopa. Ainda sem marcar no torneio, ele teria a Áustria como alvo antes da estreia da França na Euro 2024. Mas a seleção francesa precisou contar com um gol contra no primeiro tempo para superar seu primeiro adversário no Grupo D, e seu camisa 10 foi obrigado a sair após um choque que o deixou com o nariz quebrado.
A França agora aguarda ansiosamente o prognóstico da lesão, que pode exigir cirurgia, com um grande confronto pela frente contra a Holanda na sexta-feira. O pior cenário é que Mbappé fique fora até as quartas de final, se a França chegar tão longe, e ele precisará usar uma máscara protetora independentemente disso.
Mas independentemente de estar disponível ou não, a atuação sem brilho contra a Áustria demonstrou mais uma vez que os atuais vice-campeões da Copa do Mundo precisam que seu elenco de apoio dê um passo à frente, e a possível ausência do capitão apenas intensificará essa necessidade.
Fatídico lance
Ao longo dos anos, os grandes torneios são lembrados também por momentos nos quais o destino de uma nação pode mudar drasticamente. O chute de David Beckham em 1998, a lesão de Wayne Rooney na Euro 2004, a cabeçada de Zinedine Zidane em 2006, o 'gol fantasma' de Frank Lampard na Copa do Mundo de 2010 e a mão de Luis Suárez no mesmo torneio são bons exemplos.
A França agora se encontra em uma encruzilhada, e se não conseguirem superar suas próprias deficiências, então a fratura no nariz de Mbappé poderá ser adicionada a essa lista.
O lance em si parecia inofensivo, mas o rosto ensanguentado de Mbappé contou uma história diferente. Subindo para alcançar um cruzamento nos últimos momentos do jogo, o atacante acidentalmente cabeceou o ombro de Kevin Danso depois de tocar na bola, deixando-o com o nariz torto e inchado, e a camisa manchada de sangue.
"Ele está com o nariz muito machucado", disse o técnico da França, Didier Deschamps, após o jogo. "Vamos ter que esperar e ver, a equipe médica está lidando com isso. Teremos que ver o que será feito e depois quanto tempo vai levar. É uma notícia muito ruim para nós esta noite. Obviamente, a equipe francesa com ou sem ele, não é a mesma coisa. Espero que ele possa estar lá."
Prazo incerto
A lesão de um dos maiores astros do torneio inevitavelmente levou a especulações sobre quanto tempo o camisa 10 da França ficará ausente, com um confronto contra os holandeses vindo na sequência. O pior cenário relatado é que ele ficará afastado por até 15 dias - o que o excluiria do restante da fase de grupos e de uma partida das oitavas de final, caso a França se classifique.
Por sua parte, a Federação Francesa confirmou que Mbappé passará por tratamento, mas a lesão não requer cirurgia imediata. Em vez disso, o jogador de 25 anos precisará usar uma máscara protetora quando voltar a campo.
"Kylian Mbappé retornou ao local onde a equipe francesa está instalada. Ele passará por tratamento nos próximos dias, sem se submeter a uma cirurgia imediatamente. Uma máscara será feita para permitir que o camisa 10 da equipe francesa considere retomar a competição após um período dedicado ao tratamento", disse a Federação em um comunicado.
Segundo a RMC, Mbappé perderá o jogo contra a Holanda, no mínimo. Seu nariz foi recolocado no lugar no vestiário antes de ser levado ao hospital em Düsseldorf.
Muitos erros
Mesmo antes da lesão de Mbappé no final do jogo, a atuação da França mostrou a necessidade de mais contribuição de seus coadjuvantes e que não podem simplesmente depender de lampejos de seu capitão. De fato, o único gol do jogo veio indiretamente como resultado de sua inteligente jogada pelo lado direito do ataque. Depois de escapar de dois defensores para chegar à linha de fundo, seu cruzamento desajeitado foi involuntariamente desviado para o gol pelo zagueiro austríaco Max Wöber.
Jogadores como Antoine Griezmann, Marcus Thuram e Ousmane Dembélé não conseguiram assumir a responsabilidade ofensiva, enquanto Randal Kolo Muani foi ineficaz vindo do banco e o também substituto Olivier Giroud desperdiçou uma boa oportunidade.
Thuram foi particularmente culpado, testando o goleiro de um ângulo difícil, mas não aproveitando duas oportunidades muito mais claras dentro da área. Além disso, Griezmann não conseguiu se esticar para alcançar um ótimo cruzamento, e uma finalização de Dembélé foi, como de costume, insuficiente.
Mbappé tem sua parcela de culpa
Isso não quer dizer que Mbappé esteja isento de críticas, no entanto, já que ele poderia ter decidido a partida contra a Áustria.
Nos acréscimos do primeiro tempo, o atacante foi lançado por um passe em profundidade perfeito de Griezmann, mas não conseguiu dominar a bola, com um primeiro toque ruim, facilitando para o goleiro, que conseguiu interceptar de maneira firme.
O pior momento de Mbappé aconteceu no início do segundo tempo, quando novamente foi lançado por cima da defesa e avançou em direção ao gol. Desta vez, apesar de parecer que tinha todo o tempo do mundo, o camisa 10 conseguiu errar o alvo, deixando até mesmo ele mesmo incrédulo com a grande chance perdida.
Tendência preocupante
A performance foi, em última análise, sintomática de uma tendência preocupante que surgiu nos jogos da França na preparação para a Euro 2024: se Mbappé não aparece, a França também não aparece.
Apesar de ser considerada favorita para o torneio, a seleção francesa venceu apenas dois dos seus quatro jogos preparatórios nos meses que antecederam a Eurocopa, e mesmo assim não convenceu nas vitórias sobre Chile e Luxemburgo.
Mbappé foi contido na derrota para a Alemanha em março e passou em branco no empate sem gols com o Canadá no início de junho. Ele também recebeu críticas por sua atuação contra o Chile, onde teve um desempenho bem discreto na caótica vitória por 3 a 2. Mesmo marcando um gol contra Luxemburgo, ele não esteve bem durante o jogo.
Não há dúvida de que, mesmo quando ele está em campo, a França precisa que outros jogadores assumam responsabilidades, especialmente em um ambiente de torneio.
Quem pode substituí-lo?
Afinal, é difícil encontrar desculpas para um elenco com uma infinidade de talentos ofensivos, e será interessante ver como Deschamps montará sua equipe na ausência de seu capitão - especialmente em um jogo importante contra os holandeses.
É de se esperar que Thuram ou Kolo Muani sejam os principais beneficiados pela provável ausência de Mbappé, já que ambos podem atuar como centroavantes convencionais, sem precisar se deslocar para as pontas para acomodar os movimentos de Mbappé. Thuram, em particular, deve ter ficado frustrado por ser obrigado a jogar pelos lados depois de uma temporada forte como atacante na Inter de Milão.
Ponta-esquerda de ofício, Bradley Barcola foi muito bem no Paris Saint-Germain e certamente estará entre as possibilidades, com sua velocidade e habilidade de driblar pelas laterais oferecendo à França algo que faltou contra a Áustria.
Giroud pode não ter muita velocidade, mas é um goleador e tem uma excelente conexão com Griezmann. Além dele, Deschamps também tem Kingsley Coman à disposição.
A questão de como a França se sairia sem Mbappé há muito tempo ficou sem resposta, mas a seleção finalmente está enfrentando essa possibilidade em um dos maiores palcos do futebol. Como lidarão com a ausência de seu melhor jogador pode ser crucial na Euro 2024.
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