O jovem de 18 anos marcou seu primeiro gol pelo Barça apenas 23 segundos depois de sair do banco - e já pode ser transferido nesta janela
O jornal espanhol Sport o chamou de "um atacante das sombras". Um ex-treinador admitiu que ele era "imparável quando tinha espaço". Mas foi em outubro de 2023 que Marc Guiu se tornou um herói do Barcelona - e da noite para o dia. Um jovem de 17 anos salvava um resultado para o Barcelona e passava a ser cotado como uma joia do futuro da equipe.
Guiu não perdeu tempo para se apresentar ao mundo naquela noite, contra o Athletic Bilbao. Demorou apenas 23 segundos, para ser exato. Se Ferrán Torres e João Félix falharam, ele teve sucesso, avançando por trás da defesa dos visitantes, dando um toque na bola e acertando uma finalização na perna de Unai Simón, antes da bola morrer no fundo do gol.
Foi um gol que demonstrou tudo o que Guiu representa. Um jogador diferente dos atacantes modernos na Espanha, do tipo que o futebol espanhol raramente produz. Guiu é forte, rápido e direto, um número 9 fisicamente dotado e implacável, diferentemente daquele atacante de ligação ou de um falso nove. Em vez disso, Guiu é um potencial goleador decisivo - algo que ele mostrou logo em sua estreia pelo Barça.
No entanto, as chances de ele ter seu futuro na Catalunha agora parecem muito menores, após surgirem nos últimos dias notícias de que o Bayern de Munique e, em particular, o Chelsea prometem ir pesado em busca da contratação do atacante espanhol, que tem uma cláusula de rescisão fixada em apenas €6 milhões.
Com isso em mente, a GOAL conta a história do camisa 9 e explica o porquê de ele ser considerado um atleta de tanto potencial - e que agora pode deixar o Barcelona por muito pouco...
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Onde tudo começou
Não há nada de muito impactante na história de Guiu com o Barcelona. Nascido em 2006, a menos de uma hora de carro do Camp Nou, ele cresceu como um grande torcedor do clube. Aos sete anos, em 2014, teve a oportunidade de ser uma cria de La Masia.
Sua geração é uma das mais talentosas do Barça nos últimos tempos. Promessas como Alexis Olmedo, Pau Prim, Hector Fort e Arnau Pradas cresceram juntas e todos são cotados para entrar no time principal em breve.
Ainda assim, Guiu não era tão bem cotado quanto outros recém-formados, como Lamine Yamal, Gavi ou Alejandro Balde. Seu talento era claro para todos, mas como ele poderia se encaixar em um time moderno do Barcelona?
Quando tudo mudou
Enquanto Yamal era o nome mais conhecido da seleção sub-17 da Espanha daquela Euro 2023, Guiu tinha uma forte reivindicação para ser o melhor jogador. O atacante marcou quatro gols na campanha rumo às semifinais, igualando a marca de Yamal no torneio.
Isso foi suficiente para garantir uma vaga no time do Barça Athletic, que joga na terceira divisão espanhola. E ele brilhou desde o início, marcando cinco gols nos primeiros dois meses da temporada.
Xavi tomou nota, no início de outubro, relacionando o jovem para uma partida de Campeonato Espanhol contra o Granada. Dessa vez, ele não saiu do banco. Duas semanas depois, no entanto, ele saiu. E o resto é história.
Atualmente
A estreia notável de Guiu no time principal pode ter surpreendido o resto da Europa, mas não o então técnico do Barça, Xavi, que admitiu que podia ver que Guiu estava pronto: "Eu vi isso em Gavi, Balde, Lamine, Fermin López... e vi isso em Marc. Não havia medo em seu rosto. Eu disse a ele que ele teria uma chance. Ele teve uma chance e aproveitou. Eu senti que ele estava pronto. Estou muito feliz por Marc, ele é um bom garoto que trabalha duro".
A apresentação impressionante do jovem o colocou próximo ao elenco principal durante grande parte da temporada, embora tenha feito apenas mais seis aparições . Ele conseguiu, no entanto, marcar seu primeiro gol na Champions League, contra o Antwerp, em dezembro, além de ter contribuído para que o Barça Athletic chegasse aos playoffs na Terceirona.
Principais atributos
As grandes qualidades de Guiu são claras. Ele é um jogador muito forte e rápido. Tem uma passada longa, um físico robusto e um estilo de corrida reto que o torna um verdadeiro problema para os defensores.
O jovem de 18 anos pode ainda não ser necessariamente um grande finalizador, mas é instintivo dentro da área e tem um ótimo chute de pé direito. Ele também é bom no jogo aéreo - para Ivan Carrasco, seu treinador nos tempos de La Masia, o seu "melhor atributo".
Os treinadores também elogiaram sua intensidade e dedicação, destacando a disposição do atacante em pressionar sem a bola.
Onde dá para melhorar
Mas com as maiores forças de Guiu vêm algumas de suas fraquezas mais evidentes. Ele atua no seu melhor dentro (e ao redor) da área. Só que não é, exatamente, um homem de referência, e sim um centroavante móvel.
"Ele não é um atacante que cai pelos lado ou se destaca por tabelas", admitiu Carrasco. Pedir para que ele faça qualquer uma dessas coisas poderia ser considerado um mau uso de seu talento. Se ele quiser se destacar no futebol profissional, certamente terá que melhorar seu futebol geral.
Guiu também não é um passador ou driblador particularmente eficaz. Ele prefere correr em espaço aberto e está no seu pior quando forçado a atuar em áreas congestionadas. Ele até tem certa habilidade com a bola nos pés, mas não funciona bem em áreas afastadas do gol. Ainda assim, convenhamos, não é nada incomum ver um jovem atacante precisando evoluir.
O próximo... Darwin Núñez?
Guiu é uma raridade neste momento. Muitos goleadores de elite são ou alas convertidos ou, simplesmente, meias mais avançados. Harry Kane, por exemplo, era um camisa 10 que se tornou atacante no final de sua carreira juvenil. E nomes como Roberto Firmino, Karim Benzema e até Cristiano Ronaldo começaram suas carreiras longe das áreas centrais.
Mas há alguns centroavantes de ofício voltando ao jogo. Erling Haaland é, claro, o exemplo mais óbvio - e há uma comparação tentadora aqui. Alto, forte, rápido e mortal dentro da área, Guiu compartilha algumas características com a sensação norueguesa.
No entanto, um outro atacante da Premier League pode ser um espelho mais adequado: Darwin Núñez. Ambos podem dominar o jogo aéreo e finalizar dentro da área. Ambos ainda pressionam muito bem sem a bola. Eles até compartilham algumas das mesmas fraquezas, como o desconforto relativo em espaços apertados e a falta de refinamento com a bola.
E agora?
O Chelsea demonstrou, desde a aquisição de Todd Boehly, que está interessado em reunir o máximo de jovens talentos possível. Com acordos milionários fechados para várias sensações sul-americanas (dentre elas Estêvão, do Palmeiras), que só se juntarão ao clube em 2025, os Blues agora estão vasculhando a Europa em busca de pechinchas.
Guiu se encaixa nesse perfil. Não à toa, várias notícias indicam que os londrinos poderiam acertar sua contratação antes ainda do final de junho, superando a concorrência do Bayern.
Exatamente onde Guiu se encaixaria no Stamford Bridge é difícil dizer - e há a chance de ele ser emprestado para ganhar mais experiência. No entanto, não há dúvidas sobre seu talento. Ele já mostrou que pode subir de nível e realizar sonhos. O Chelsea pode conseguir fazer uma bela barganha.
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