Dupla protagonizou uma das maiores equipes da história do futebol mundial
David Beckham e Sir Alex Ferguson: dois ícones do Manchester United que alcançaram a imortalidade em Old Trafford.
O jovem Beckham foi, sem dúvida, o garoto-propaganda da leva de 1992 - o loiro bonito que chutava uma bola contra uma parede em Leytonstone e conquistou a tríplice coroa e virou capitão da Inglaterra. O astuto Ferguson, por sua vez, veio da Escócia para tirar o Liverpool "do seu maldito poleiro", ganhando nada menos que 38 troféus em Old Trafford. Tudo o que o United podia disputar, Fergie ganhou. Naturalmente, ele hoje é tratado como alguém mais próximo de um santo do que de um mero mortal ex-técnico da equipe.
No entanto, todos sabem que Ferguson e seu garoto-propaganda tiveram um relacionamento bem volátil. Mas como exatamente Beckham e Ferguson chegaram a entrar em conflito? E por que o ala não viveu seu sonho de se aposentar no Old Trafford?
Abaixo, GOAL destrincha uma das brigas mais infames do futebol...
Em casa desde o início
Beckham se sentiu imediatamente em casa no United. Enquanto estava na escola em Londres – época em que fez testes no Tottenham –, ele dizia aos professores que tudo o que ele queria fazer era jogar futebol. Depois de assinar com o United, ele fez parte do famoso elenco que venceu a FA Youth Cup em 1992, ao lado de Ryan Giggs, Paul Scholes, os irmãos Gary e Phil Nevillev e Nicky Butt.
Após um empréstimo ao Preston North End - durante o qual chegou a marcar um gol olímpico -, ele estreou pelo United em 1994. A partir daí, quase nunca saiu do time.
No final da temporada 1994/95, o United perdeu Paul Ince, Mark Hughes e Andrei Kanchelskis. Ferguson não contratou substitutos para nenhum dos três; em vez disso, promoveu Beckham, Giggs, Scholes, Butt e os Neville. O United venceu a Premier League, após Beckham marcar em sua estreia, contra o Aston Villa, levando a muitos pedidos para que ele fosse convocado à seleção da Inglaterra para a Euro 96 - embora esses pedidos não tenham sido atendidos.
Independentemente disso, no início da campanha seguinte, Beckham marcou aquele famoso gol do meio-campo contra o Wimbledon após ser agraciado com a famosa camisa número 7. Uma estrela em ascensão.
"O prenúncio do fim"
Assim que começou a vestir a 7 do United - camisa anteriormente usada por nomes como Eric Cantona e George Best -, Beckham parecia ter lançado sua carreira à estratosfera.
Em 1997, Beckham conheceu Victoria Adams, após vê-la na televisão se apresentando com as Spice Girls, em um jogo do United, e rapidamente se apaixonou. Ferguson mais tarde escreveu em seu livro que o encontro dos dois "foi o prenúncio do fim" para Beckham. Ele acrescentou que Beckham "nunca foi um problema até se casar", pois ele perdeu o foco, metaforicamente falando.
Ferguson, então, reiterou essa opinião em uma coletiva de imprensa promovendo o livro, acrescentando: "O grande problema para mim... Ele se apaixonou por Victoria, e isso mudou tudo".
De repente, na mente de Ferguson, Beckham parecia ter se tornado maior que o Manchester United. Afinal, ele sempre admirou a ética de trabalho do futuro capitão da seleção inglesa
A glória da tríplice coroa
Quando a temporada 1998/99 começou, Beckham já transcendia não apenas o Manchester United, mas o futebol como um todo. Ele estava se aventurando no mundo da moda e firmemente estabelecendo a 'Marca Beckham'.
Nos gramados, o United embarcava em uma das maiores campanhas da história do futebol inglês, vencendo repetidamente jogos nos últimos minutos e conquistando três troféus ao todo.
Depois de vencer a Premier League e a FA Cup – Beckham marcou seis gols na liga e registrou 12 assistências, incluindo um gol na última rodada, contra os Spurs, e um naquela famosa semifinal da FA Cup, contra o Arsenal.
A tríplice coroa. O auge de Ferguson. O auge de Beckham. O auge do United.
O incidente da chuteira
A principal fissura no relacionamento entre Ferguson e Beckham ocorreu longe do público, como tantas outras discussões entre eles. Anteriormente, houve desentendimentos sobre seu relacionamento com Victoria, seus cortes de cabelo, suas pretensões relacionadas à moda e seu desejo de se tornar uma marca.
Em 2003, após o United ser eliminado da FA Cup pelo Arsenal, Ferguson acidentalmente chutou uma chuteira na direção de Beckham, que foi visto com uma cicatriz na sobrancelha na próxima vez que os Red Devils entraram em campo, contra a Juventus, quatro dias depois.
Beckham explicou que xingou seu treinador antes do incidente, dizendo em seu documentário na Netflix: "Entramos no vestiário e o chefe está fervendo de raiva. Eu posso ver isso em seu rosto. E quando você vê o rosto do chefe assim, você não quer estar perto dele. É um rosto que ninguém consegue imitar, confie em mim. [Ele estava falando palavrões] e eu reagi dizendo 'não' e o xinguei. Eu o mandei para aquele lugar. E então eu vi ele mudar a feição, e pensei: 'm..., eu realmente não deveria ter dito isso'".
"Acho que o mandei para aquele lugar muitas vezes".
Saída amarga
O curativo que Beckham usou sobre o olho após o incidente irritou ainda mais Ferguson, que alegou que tudo foi “encenado”. Enquanto o ex-meio-campista insistia que ainda queria permanecer no clube – “era a minha casa”, disse – ele acabou se transferindo para o Real Madrid, no meio de 2003, por £25 milhões.
Ferguson diz que deixou a porta aberta para Beckham permanecer, ele também admite que “a decisão estava tomada, era melhor ele ir”.
Beckham foi para o Real Madrid e conquistou a La Liga em 2007, antes de passar pelo LA Galaxy, pelo Milan e, enfim, pelo Paris Saint-Germain, até se aposentar. Ferguson, por sua vez, reconstruiu o time, contratando Cristiano Ronaldo como substituto - o que até que funcionou razoavelmente bem
E agora?
Ferguson e Beckham são rotineiramente questionados sobre sua relação, e parece que houve um descongelamento, mas talvez apenas de um lado.
Ferguson, em seu livro, afirmou anteriormente que Victoria foi a razão pela qual seu marido não se tornou uma das "maiores lendas do Manchester United" e ficou de fora da lista de melhores da história. Beckham respondeu de maneira tipicamente elegante.
Quando perguntado se se sentiu insultado, ele respondeu: "De forma alguma. Joguei para o maior treinador de todos os tempos. Tive a sorte de jogar com os jogadores que joguei, o time, e ser bem-sucedido com o clube que amei e ainda amo. Tendo a concordar com o treinador, há certos jogadores que você pode chamar de classe mundial. Felizmente, joguei com muitos deles".
Beckham está claramente disposto a deixar o passado para trás, mas Ferguson tem se mantido calado sobre sua relação com um dos melhores jogadores que já gerenciou.
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