Para alguns nomes, as próximas semanas podem protagonizar a história sendo feita - para outros, talvez signifique algo ainda maior
A Euro 2024 é, muito provavelmente, a edição mais imprevisível dos últimos tempos. Inglaterra e França estão cotadas entre as favoritas, mas Portugal, Espanha e Bélgica têm um talento considerável à sua disposição.
Atual campeã, a Itália ainda não se acertou sob o comando de Luciano Spalletti, mas a Alemanha, anfitriã do torneio, parece estar se movendo - em câmera lenta, talvez - na direção certa, graças a Julian Nagelsmann. A Holanda continua aparecendo como uma aposta atraente.
Considerando tudo, a Euro 2024 tem os ingredientes para ser um verdadeiro espetáculo, e não apenas por causa da grande variedade de equipes que disputarão o título. Há também várias outras histórias que valem a pena de serem lembradas nas próximas quatro semanas...
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Atmosfera excelente
Após a decisão ridícula de realizar jogos da Euro 2020 em vários países diferentes, resultando em equipes acumulando uma quantidade absurda de milhas aéreas e torcedores tendo que gastar uma fortuna para seguir seus times, temos mais uma vez (e talvez pela última vez) um torneio realizado em um único país.
Na Alemanha, também temos uma nação anfitriã ideal, pelo menos do ponto de vista esportivo. A qualidade dos estádios é fantástica. O menor deles poderá receber 46 mil pessoas - e eles devem gerar atmosferas incríveis por alguns motivos.
Primeiro, a Alemanha está centralmente localizada na Europa e, portanto, é facilmente acessível para a maioria dos torcedores visitantes. Segundo, a Alemanha possui uma cultura futebolística fantástica. Mesmo aqueles mais 'neutros' farão suas vozes serem ouvidas durante os jogos.
Obviamente, não há como prever exatamente como as coisas vão se desenrolar, mas se a Euro 2024 for algo parecido com a Copa do Mundo de 2006, estamos preparados para um torneio excelente e capaz de chamar a atenção de todo o mundo do esporte.
O orgulho ucraniano
Mesmo levando em consideração a rede de segurança da Liga das Nações, a chegada da Ucrânia à Alemanha representa algo como um pequeno milagre. Os jogadores e seu povo têm vivido um pesadelo nos últimos dois anos e meio, com a invasão da Rússia devastando todo o país.
A guerra em andamento também fez com que os ucranianos não pudessem jogar uma única partida de qualificação ou play-off em casa - ainda assim, os homens de Sergiy Rebrov conseguiram avançar. "É impossível colocar em palavras o que isso significa para nós", disse o meio-campista Giorgiy Sudakov, em entrevista recente à GOAL. "Mas havia apenas esse incrível senso de orgulho."
O objetivo agora é trazer ainda mais alegria e alento às famílias e amigos, com uma classificação às oitavas de final - o que é totalmente palpável, considerando o grupo com Bélgica, Eslováquia e Romênia. O segundo lugar precisa ser o objetivo desse elenco, que vê a Eurocopa como algo maior desta vez.
Estreia da Geórgia
É verdade que a Eurocopa tem equipes demais - o formato atual é motivo para risadas de constrangimento. A qualidade da competição é diluída. Mas é aquela coisa: mais jogos obviamente significam mais dinheiro para a UEFA.
Ainda assim, apesar de todo o cinismo justificado em torno da recente expansão, foi emocionante ver as cenas de celebração que se seguiram à classificação da Geórgia para a Euro pela primeira vez na história da nação. Enquanto a torcida invadia o campo para abraçar seus heróis, após a vitória nos play-offs sobre a Grécia, no Estádio Boris Paitchadze Dinamo, festas de rua surgiram por todo o país.
"Estamos tão felizes! Nunca senti nada assim em toda a minha vida", admitiu Khvicha Kvaratskhelia, estrela da equipe, à 1TV Sport.
O sorteio, contudo, não foi muito gentil com a Geórgia, que enfrentará Portugal, República Tcheca e Turquia. É difícil imaginar que uma equipe que terminou em quarto lugar em seu grupo das Eliminatórias chegue à fase eliminatória - mesmo que quatro equipes que ficarem em terceiro lugar avancem.
No entanto, como o técnico Willy Sagnol disse à UEFA, "O que é certo é que, não importa contra quem joguemos, nunca desistiremos - e daremos tudo de nós". Claro que, se a Geórgia conseguir ao menos um ponto, devemos ter mais cenas bonitas de celebração em casa.
Agora ou nunca para Southgate
Enfim, parece ser a hora da Inglaterra. Os últimos oito anos foram uma preparação para este momento. Depois da humilhação de serem eliminados pela Islândia na Euro 2016, Gareth Southgate pôde restaurar o orgulho inglês durante seus anos no comando técnico.
No entanto, após várias tentativas frustradas em grandes torneios, a pressão agora está muito forte sobre o técnico para, finalmente, acabar com 58 anos sem levantar um troféu. Ele, que provavelmente deixará o comando técnico após o torneio, tem material humano para ter sucesso na Alemanha - pelo menos do ponto de vista ofensivo.
Mas será que Southgate conseguirá tirar o melhor deles? Ele foi acusado de ser muito conservador no passado. Seria, agora, o momento de ser mais agressivo? Afinal, o ataque é a melhor forma de defesa para uma equipe que parece insegura lá atrás.
A Inglaterra vai ganhar a Euro? É muito difícil saber. Mas não há dúvida de que sua campanha será muito interessante.
A expectativa é imensa. É agora ou nunca para a equipe de Southgate.
'Última dança' de CR7
Pensávamos que havíamos visto os últimos momentos de Cristiano Ronaldo a nível internacional após sua saída emocionada na Copa do Mundo do Qatar, mas não poderíamos estar mais errados. Ronaldo continua implacável. Aos 39 anos, segue buscando vencer a Euro, pela segunda vez. E tem uma grande chance de êxito.
Portugal conta com jogadores de alto nível em todas as áreas do campo e, se ele for escolhido para liderar a linha de ataque de Roberto Martinez, terá o grande apoio dos habilidosos Rafael Leão, Bernardo Silva e Bruno Fernandes.
Ronaldo também tem estado em boa forma como artilheiro - apesar de a Saudi Pro League não ser nenhum primor técnico -, então, é uma aposta inteligente para a artilharia, dado que Portugal caiu em um grupo fraco e só deverá enfrentar um vencedor de grupo depois das quartas de final.
O maior artilheiro da história do futebol de seleções parece estar preparado para uma despedida perfeita por Portugal... Desde que ele não decida jogar a Copa do Mundo de 2026, é claro!
Batalha pela Bola de Ouro
Ganhar a Chuteira de Ouro poderia impulsionar Ronaldo à disputa pela Bola de Ouro? Potencialmente, mas várias outras estrelas estão bem à frente dele no ranking e bem posicionadas para brilhar na Euro 2024.
Todos os olhos estarão obviamente voltados para Kylian Mbappé. Após finalmente confirmar sua tão esperada transferência para o Real Madrid, o atacante francês diz que se sente "liberado". Mbappé foi incrível na Copa do Mundo de 2022 - mas será que esse aparente novo senso de liberdade o inspirará a alcançar patamares ainda maiores na Alemanha?
Mbappé tem sido considerado o melhor jogador do mundo há muito tempo, mas, aos 25 anos, ainda não ganhou uma Bola de Ouro - e há uma grande chance de ele ser superado por um de seus novos companheiros de equipe do Real Madrid, Vinicius Júnior ou Jude Bellingham.
O craque da seleção brasileira, que marcou na final da Champions League, vive um pré-Copa América de altíssimas expectativas e Bellingham está saindo provavelmente da melhor temporada de estreia que já vimos de um Galáctico no Real Madrid - e você pode ter certeza de que, se a Inglaterra levantar o troféu, seu meio-campista ofensivo de 20 anos será um dos heróis.
Por outro lado, os compatriotas de Bellingham Harry Kane e Phil Foden também entrariam na disputa nesse caso, já que foram os melhores jogadores na Alemanha e na Inglaterra, respectivamente, na última temporada.
Mas e Toni Kroos? O mais elegante dos meio-campistas está prestes a se aposentar após a Euro - você realmente ficaria surpreso se ele se despedisse guiando a nação anfitriã à glória, considerando que ele já conquistou mais uma Liga dos Campeões em seu último jogo no Real?
Obviamente, o que vale na Alemanha neste meio de ano é a glória máxima - mas também deverá ser crucial para o desfecho da batalha pela Bola de Ouro.
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