Como a Copa América pode enfim fazer o futebol explodir nos Estados Unidos

O maior esporte do mundo está prestes a invadir o cenário americano, e é justo dizer: estamos diante de uma nova era

Este meio de ano marca o início de algo transformador. Uma nova onda está chegando - aliás, não apenas uma. Por anos, os fãs do futebol nos Estados Unidos esperaram para que o esporte realmente se firmasse na América do Norte. Bom, nos próximos anos, nós descobriremos se isso realmente pode e vai acontecer.

Dado o apito inicial para a Copa América, o futebol dos EUA entra em uma Nova Era, a mais significativa até agora. Este período de vários anos se centra na Copa do Mundo de 2026, ponto focal deste novo momento. Para um esporte que está lutando para transformar os "Quatro Grandes" do cenário esportivo americano nos "Cinco Grandes", uma Copa do Mundo pode vir em grande auxílio.

"Uma Copa do Mundo em nossa casa é a maior coisa que provavelmente faremos em nossa carreira", disse Christian Pulisic, estrela da seleção dos EUA, em entrevista recente. "É um momento especial para este esporte nos EUA".

Mas, enquanto a Copa do Mundo de 2026 pode ser o ápice, não é o único ponto alto. A partir deste meio de ano, há múltiplos eventos de grande porte chegando aos Estados Unidos, cada um construindo um momento que deve impulsionar o jogo para o público americano e a cultura mais ampla do futebol no país.

Na 'vanguarda' desse crescimento? As seleções masculina e feminina dos Estados Unidos - com destaque nesta semana para a masculina. A Copa América e a Copa do Mundo atrairão olhares para o produto, mas esses olhares precisam ser impressionados pelo que veem. Além desses dois eventos, lembremos também do Mundial de Clubes de 2025 e as Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.

Nos próximos anos, portanto, os EUA não estão apenas sob pressão para performar, mas para liderar no campo. E considerando a atual geração de estrelas estadunidenses, a hora realmente parece ser apropriada.

"É um papel maior para todos nós", disse o técnico da seleção, Gregg Berhalter, em entrevista coletiva recente. "Todos nós compartilhamos essa responsabilidade. Em primeiro lugar, representando os Estados Unidos da melhor maneira possível, mas também deixando as pessoas verem quem somos e deixando as pessoas verem quem são os jogadores, dando a eles algo de que possam se orgulhar".

Neste início de Copa América, a GOAL analisa, portanto, o desafio que se aproxima para a seleção dos Estados Unidos e o que tudo isso significa para o futuro do futebol no país.

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O impacto de 94

Faz 30 anos desde que a Copa do Mundo chegou pela primeira vez ao solo americano e, embora o esporte até tivesse alguma história no país antes de 1994, aquele meio de ano simbolizou o nascimento da era moderna do futebol por lá.

Estrelas - como Roberto Baggio, Romário, Jurgen Klinsmann e Hristo Stoichkov - se apresentaram ao público americano (Diego Maradona, por outro lado, não precisava da mesma apresentação). Enquanto isso, americanos como Alexi Lalas, Tony Meola e Eric Wynalda se tornavam nomes conhecidos e, eventualmente, viriam a ser ícones.

A geração seguinte citava aquele torneio como um ponto de virada. Milhares de crianças conheceram o futebol naquele meio de ano, tanto nas arquibancadas quanto na televisão. Pela primeira vez, o futebol era moda nos Estados Unidos.

"Acho que tanto a Copa do Mundo de 1994 quanto a Copa Feminina de 1999 realmente ajudaram a preparar o terreno e mudar o futebol nos Estados Unidos", disse Berhalter, em entrevista à FIFA. "Quando penso em como o mundo inteiro se reuniu em 94, eu estava em jogos em Nova York e Nova Jersey, jogos em Detroit, jogos em Orlando... Poder ver o caldeirão e a diversidade de torcidas foi realmente especial. E depois você tem a Copa do Mundo de 1999 com as mulheres: a maneira como toda a nação apoiou aquele time é algo que esperamos para 2026".

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O status do futebol nos EUA

Muito mudou desde 1994. Aquela equipe dos Estados Unidos era um grupo de pioneiros, mas não era um grupo de campeões mundiais. Agora, 30 anos depois, jogadores americanos estão brilhando nos maiores clubes do mundo, como Milan e Juventus. Os jogadores evoluíram muito.

Os torcedores também evoluíram. Uma pesquisa da Gallup de 2022 entendeu que 31% dos americanos dizem ser fãs de futebol, um recorde histórico. Como o próprio país, esses fãs são diversos, cada um com seu próprio campo de interesse. Alguns apoiam seu time local da MLS. Outros seguem a Champions League ou a Premier League. Há um grande contingente de torcedores da seleção mexicana e da Liga MX nos EUA, enquanto inúmeros outros acompanham tudo o que acontece no futebol feminino, tanto em clubes quanto na seleção.

Em outra pesquisa Gallup, esta divulgada em fevereiro, o futebol emergiu como o quarto esporte favorito dos Estados unidos - 5% dos americanos o nomearam como seu esporte favorito. A NFL foi a vencedora absoluta, com 41% dos entrevistados, mas o beisebol e o basquete ficaram apenas um pouco à frente do futebol, com 10% e 9%, respectivamente.

Entre 1937 e 2004, no máximo 2% dos americanos nomeavam o futebol como seu esporte favorito. Os tempos estão mudando, e uma nova revolução está chegando, tanto dentro quanto fora do campo.

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Crescendo nos gramados

O ciclo da Copa do Mundo de 2022 serviu de recomeço para os Estados Unidos. A seleção estava em uma situação difícil após ficar de fora da Copa na Rússia, e havia motivos para pessimismo. Seria esse o melhor resultado que poderiam alcançar? Como o projeto se reergueria?

Acontece que a resposta foi "muito bem". Liderados por uma nova geração, os Estados Unidos retornaram ao palco mundial em 2022 e tiveram uma boa performance, avançando da fase de grupos antes de serem derrotados pela Holanda, nas oitavas de final.

Um ano e meio depois, a equipe tem se concentrado em uma grande questão: como passar de bom para ótimo? Os americanos já se estabeleceram como reis da CONCACAF, mas como essa equipe pode chegar a um ponto onde possa competir de igual para igual com os melhores do mundo?

"Como fazemos boas performances para que estejamos confiantes de que, quando chegarmos a 2026, estaremos preparados?" questionou Berhalter. "É aprender a navegar por esses jogos, adicionando a experiência da Copa do Mundo de 2022 e agora para a Copa do Mundo de 2026. Tomara que, quando chegarmos lá, possamos sentir: 'OK, essa equipe está pronta'".

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Expectativas na Copa América

Muitos estão vendo a Copa América como um teste para 2026, mas, para a seleção dos Estados Unidos, não é tão simples. Não vamos esquecer que este é um troféu importante... Então, por que não tentar ganhar logo o título, certo?

Este não é um torneio para experimentos. Não é nem mesmo um torneio para lições, embora quase certamente haverá algumas aprendidas. Não, para os americanos, este é um torneio para se provar e para mostrar ao mundo que, quando a Copa do Mundo chegar, eles estarão prontos.

"Como derrotamos uma equipe como o Uruguai no nosso grupo? Como, quando avançarmos, vencemos o Brasil ou a Colômbia? Há tantos desafios pela frente," disse o capitão Tyler Adams à GOAL. "Mas também é uma oportunidade legal para jogar contra equipes da América do Sul.

"Há tantas boas equipes do início ao fim, e é sempre um tipo diferente de equipe. Eles jogam com uma mentalidade diferente. Não é como na Europa, onde cresceram jogando em campos de grama bonitos toda semana e têm as melhores ligas do mundo. Na América do Sul, eles estão batalhando, então, para mim, é uma grande oportunidade para a nossa equipe mudar um pouco a mentalidade e aprender a lutar também".

Os Estados Unidos têm uma história recente positiva na Copa América. Em 2016, chegaram até à semifinal - antes de sucumbirem à Argentina, de Lionel Messi. Desta vez, o objetivo será igualar, se não superar, esse esforço.

"Sucesso, de maneira geral, é inspirar a nação, realmente apresentar um tipo de desempenho que faça com que o país inteiro nos apoie," disse Berhalter. "Isso vai ajudar o status do futebol nos Estados Unidos. Nossa visão para é mudar o futebol no país para sempre. E isso é enorme. Para fazer algo assim, você vai ter que ter um bom desempenho".

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O 'efeito Messi'

Embora muitos estejam de olho no desempenho da seleção americana, não há como negar que um dos principais impulsionadores da popularidade do futebol - tanto globalmente quanto domesticamente no último ano - estará competindo por outra equipe. Seu nome, claro, é Lionel Messi - e ele talvez seja o maior responsável pelo crescimento do futebol no país.

A decisão de Messi de ingressar na MLS é algo que terá repercussões por anos. Assim como Pelé e David Beckham antes dele, Messi chegou aos Estados Unidos como o salvador do futebol, aquele que ajudará a levar o esporte a um novo patamar de popularidade. Pelé e Beckham fizeram avanços; mas Messi pode ser o único a finalmente tornar o esporte dominante nos Estados Unidos. Será?

A história diz que ele não conseguirá tudo sozinho - mas é inegável que esteja fazendo sua parte. Os jogos do Inter Miami tornaram-se verdadeiros eventos, repletos de celebridades. O país está sentindo a "Messi Mania". E, de verdade, isso só está começando.

Parte dessa paixão inclui a seleção argentina, atual campeã mundial e da Copa América. Os argentinos são favoritos mais uma vez e podem ser novamente os favoritos quando 2026 chegar, - especialmente se Messi ainda estiver envolvido e jogando como um líder.

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Vêm aí as Olimpíadas

Este não é apenas meio de ano de Copa América; é também meio de ano das Olimpíadas de Paris.

A seleção feminina dos Estados unidos, claro, estará lutando por mais uma medalha. A 'era Emma Hayes' começou, e a ex-treinadora do Chelsea conta com um elenco cheio de jogadoras talentosas. Estrelas em ascensão, como Jaedyn Shaw, Trinity Rodman e Sophia Smith, estão prontas para mais, e Paris pode marcar o momento em que elas realmente se estabelecm no cenário mundial.

Mas tem mais: pela primeira vez desde 2008, os americanos também serão representados no lado masculino nas Olimpíadas. A seleção sub-23 também tem um elenco cheio de potenciais estrelas para a equipe principal. Alguns podem até estar na disputa em 2026, o que significa que este torneio olímpico pode oferecer um vislumbre do futuro da seleção masculina.

Não dá para negar: serão meses de muito futebol nos Estados Unidos.

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O que há por vir

Tudo começa no meio de 2024 - pela Copa América, os americanos estreiam contra a Bolívia, no domingo (23) - mas cada próximo meio de ano trará algo especial.

Em 2025, temos o Mundial de Clubes. Potências como Real Madrid, Manchester City, PSG, Inter, Juventus e Bayern de Munique serão os destaques de um campo de 32 equipes que competirão pelo título de melhor do mundo. Também teremos o retorno da Gold Cup, que quase certamente contará com a equipe principal dos americanos (ao contrário da edição mais recente do torneio).

Então chega 2026, o grande ano. A Copa do Mundo será um espetáculo abrangendo também Canadá e México, trazendo fãs de todo o mundo para a América do Norte. A esperança é que esse torneio inspire uma nova geração, ajudando o futebol a conquistar seu lugar entre os Quatro Grandes esportes.

Mas não termina aí. Em 2028, as Olimpíadas chegam a Los Angeles, trazendo os torneios masculino e feminino. E em 2031, há a possibilidade de a Copa do Mundo Feminina também ser realizada na América do Norte - embora os EUA e o México tenham retirado sua candidatura para sediar em 2027, vencida pelo Brasil.

Tudo está se construindo de forma bastante rápida. Onde estará o futebol nos Estados Unidos quando essa sequência terminar?

"Você sente o momento, obviamente," disse Mark McKenzie, defensor da seleção. "Sempre que você tem um grande torneio, onde você também é o anfitrião, quando você entra nessa preparação, você sente a energia dos torcedores e de todos que estão acreditando nisso. Temos algo realmente importante chegando e vamos precisar de todos nos apoiando.

"Seja depois, durante ou antes do jogo, no ônibus, pelas propagandas pela cidade, [pelo apoio] saindo do hotel... Todos essas diferentes partes que fazem parte do futebol acho que são realmente o que fazem você sentir a energia.

"Somos um grupo faminto e, quando você tem um grupo de pessoas famintas ao seu redor, isso faz você querer se esforçar ainda mais".



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