As lições aprendidas pelo Real Madrid com os Galácticos para mais uma geração de estrelas

O melhor time do mundo simplesmente contratou o melhor jogador do mundo - mas será que os erros do passado serão cometidos novamente?

A transferência de Kylian Mbappé para o Real Madrid foi confirmada na segunda-feira. "Como um Cule, isso não é uma boa notícia", admitiu o presidente do Barcelona, Joan Laporta. Para ser sincero, não é uma boa notícia para nenhum dos rivais do Real.

Los Blancos acabaram de conquistar sua sexta Liga dos Campeões nas últimas 11 temporadas no sábado - e seu 15º título da competição na história. Agora, eles contrataram o melhor jogador do mundo e o juntaram a um elenco que já tem 'apenas' Jude Bellingham, Vinicius Júnior, Rodrygo e outros craques.

Independentemente do que acontecer entre agora e o fechamento da janela de transferências do meio do ano, o Madrid terá a expectativa de manter sua coroa europeia para a próxima temporada. "Dezesseis está chegando", publicou Marcelo, lenda do clube, no Instagram.

A empolgação do brasileiro é compreensível, mas o sucesso instantâneo não é garantido. Quando se trata de Galácticos, não há garantias. Juntar astros do futebol mundial no elenco pode ter eventualmente dado certo para Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, desta vez, mas a primeira era terminou em fracasso.

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Vitória surpreendente

Pérez tinha pouca esperança de vencer as eleições presidenciais do Real Madrid em 2000. Lorenzo Sanz tinha altas chances de sair vitorioso, tendo acabado de comandar o segundo triunfo do clube na Liga dos Campeões nas três recentes temporadas.

De fato, Sanz até antecipou a eleição para julho de 2000, porque queria aproveitar a boa fase gerada pela vitória de 3 a 0 sobre o Valencia em Paris dois meses antes.

No entanto, Pérez prevaleceu por duas razões. Primeiramente, ele prometeu acabar com a dívida considerável que havia se acumulado sob a gestão de Sanz. Em segundo lugar, e muito mais marcante, ele prometeu contratar Luis Figo do Barcelona, em uma transferência histórica sobre o maior rival. Claramente, ambos os objetivos deram certo.

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Tomando novos rumos

Pérez aproveitou a tensão entre Figo e a diretoria do Barcelona para fazer o português concordar com a maior e mais controversa transferência da história do futebol.

Também foi uma das mais significativas, pois marcou o início da primeira era Galáctica no Real Madrid, com o presidente adotando a política de contratar pelo menos um 'superstar' a cada janela.

Na mente de Florentino, essa estratégia fazia todo sentido. Sucesso esportivo e sucesso financeiro estavam interligados. Quanto mais grandes jogadores você tem, mais você ganha. Quanto mais você ganha, mais dinheiro você faz. Quanto mais dinheiro você faz, mais grandes jogadores você pode comprar.

Para Pérez, era um ciclo auto-sustentável – e funcionou. Por um tempo...

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Da glória à lama

O Real Madrid venceu La Liga na primeira temporada de Figo. No ano seguinte, levantaram o troféu da Liga dos Campeões graças a um lendário gol de Zinedine Zidane na final, que quebrou o recorde de transferência de Figo ao chegar da Juventus. Após levar o Brasil à glória na Copa do Mundo de 2002, Ronaldo foi o artilheiro enquanto o o Bernabéu recebia outro título espanhol.

No entanto, 2003 sinalizou o início do fim da presidência de Pérez. Do ponto de vista econômico, ele realizou sua contratação mais significativa ao assinar com David Beckham, superando a concorrência do Barcelona. Foi outro golpe comercial histórico.

O Madrid havia contratado o rosto mais famoso do esporte por uma "pechincha", e o inglês imediatamente abriu novos mercados para o clube. A turnê de pré-temporada da equipe na Ásia foi marcante, com torcedores e fãs se aglomerando para ver Beckham e companhia. Até Sir Alex Ferguson, do Manchester United, ficou impressionado com os Galácticos. "É o elenco mais forte que já vi em termos de nomes", disse na época.

No entanto, o projeto de Pérez desmoronou, porque ele perdeu pilares de sua gestão e renunciou como presidente em 2006, sem nenhum título importante para o Real nos três anos anteriores - sua pior seca de troféus desde 1953.

Sua estratégia de 'Zidanes e Pavones' provou ser um desastre, pois os jovens jogadores nos quais o Madrid depositou confiança não eram do padrão esperado, enquanto Pérez claramente se preocupava mais e mais em reunir estrelas para ganho comercial do que em construir uma equipe vencedora. Grandes nomes continuaram a chegar, como Michael Owen e Robinho, mas não havia espaço suficiente para todos eles.

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Saudade de Makélélé?

O humilde Vicente Del Bosque foi demitido como treinador, enquanto o volante Claude Makélélé foi vendido ao Chelsea por pedir um aumento salarial como forma de compensação pelas dificuldades que encontrava em campo e nos treinos.

"Ele não cabeceava a bola e raramente passava a bola a mais de três metros", declarou Pérez infamemente. "Jogadores mais jovens chegarão e farão com que Makélélé seja esquecido."

No entanto, o francês nunca foi esquecido, pois se tornou o símbolo da tolice de Pérez. Sem ninguém protegendo a defesa, o Madrid começou a se desintegrar - e Carlos Queiroz, o substituto de Del Bosque, se mostrou totalmente incapaz de salvar a situação.

"Não erramos em não renovar com Del Bosque, mas erramos ao contratar Queiroz", disse Pérez, ainda sem conseguir ver o erro de suas escolhas.

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O que fica de lição?

Ainda assim, é inegável que lições foram aprendidas a partir das falhas da primeira era dos Galáticos. Quando Pérez retornou como presidente, ele ainda gastou muito, quebrando dois recordes de transferência em 2009, ao contratar Kaká e Cristiano Ronaldo. No entanto, ele também trouxe Xabi Alonso na mesma janela para gerenciar o meio-campo. Sami Khedira chegou no ano seguinte.

Claramente, o Barcelona de Lionel Messi era a força dominante no futebol na época, mas o Real Madrid aos poucos se reestabeleceu no reinado da Champions League graças a uma série de contratações bem-sucedidas em todos os setores: Raphael Varane, Dani Carvajal, Casemiro, Luka Modric, Toni Kroos, Isco, Gareth Bale...

Portanto, há todas as razões para acreditar que a terceira era dos Galáticos de Perez evitará os erros do passado e continuará o sucesso do presente.

Próximos passos

Mbappé, sem dúvida, tem um ego enorme. Ele cresceu maior do que o Paris Saint-Germain - e sabia disso, então fazia o que queria no Parc des Princes.

Também há preocupações sobre onde ele se encaixa na escalação titular do Real Madrid. Sua chegada não foi essencial. Com Vinicius, o Real Madrid já tem um ponta esquerda do mais alto nível. Agora eles têm dois, evocando lembranças da decisão bizarra de Pérez de trazer Beckham quando já tinha Figo para a ponta direita.

No entanto, é do interesse de Mbappé fazer isso funcionar, então é improvável que vejamos o mesmo tipo de problema que testemunhamos em Paris. Ele não pode se dar ao luxo de causar tumulto no Real. Afinal, ele precisa que o clube vença a Liga dos Campeões - não o contrário.

Portanto, é provável que ele continue com o ímpeto que começou anos atrás, falando constantemente sobre a realização de um sonho de infância e jogando onde o treinador quiser.

Além disso, dizem que Vini Jr. e Bellingham já estão ansiosos para jogar ao lado de Mbappé - embora seja outra questão se Rodrygo está tão animado assim, dado a ameaça ao seu lugar na equipe titular. Vale lembrar que Endrick, mais um futuro astro do futebol mundial, está a caminho do Bernabéu também, o que significa que Carlo Ancelotti estará recheado de talento na linha de frente para a próxima temporada.

Ainda assim, enquanto, sem dúvidas, haverá problemas táticos e psicológicos complicados a resolver, quem melhor do que o treinador italiano para resolver isso? Ele é como se fosse Del Bosque para Pérez - mas desta vez ele não tem intenção de acabar com o vestiário ao retirar uma presença tão apaziguadora.

O presidente também preza pela importância de formar uma bases sólida em Madrid, e é por isso que passou as últimas temporadas contratando jovens meio-campistas como Aurélien Tchouaméni e Eduardo Camavinga. Dizem que Leny Yoro, jovem defensor do Lille, também pode chegar antes do início da próxima temporada.

Pérez, então, está posicionado para inaugurar uma nova era de sucesso no Santiago Bernabéu, construída em torno do brilhantismo combinado de Mbappé, Bellingham e Vinicius - o que não é uma boa notícia para o Barcelona e o resto dos rivais, mas cria uma empolgação enorme para os torcedores do time em todos os lugares.



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